Pesquisa sobre o uso da imunoterapia no tratamento do câncer é publicada na prestigiosa revista científica Science Reports
Há várias décadas, a medicina vem buscando maneiras de usar o nosso próprio sistema imunológico para enfrentar doenças graves tipo câncer. Quando ativado, ele é capaz de reconhecer e destruir células tumorais pela ativação dos chamados pontos de verificação imunológicos (“immune check points”), essenciais para evitar eventos autoimunes, criando barreiras para a ativação das células T e rejeição de tumores.
Uma das principais vias de inibição é feita pela proteína PD-1, o receptor de morte celular programado, cuja ativação é explorada por vários tipos de tumores cancerígenos. O seu objetivo é ensinar o sistema imunológico a reconhecer o tumor como algo a ser combatido e, assim, reduzir os mecanismos de resistência da célula tumoral. Com ela, o sonho de tantas décadas da medicina — usar o nosso próprio sistema imunológico para combater doenças — torna-se realidade.
Vários anticorpos inibidores dos pontos de verificação imunológicos já foram aprovados para interromper a interação do receptor PD-1 com os seus ligantes, atenuando os sinais inibitórios e aumentando a resposta antitumoral. Entre eles, a droga pembrolizumab, um anticorpo inibidor do ponto de controle imune, está sendo amplamente utilizada para bloquear eficientemente um mecanismo protetor do tumor, estimulando as células T para atacar e destruir as células cancerígenas.
Neste contexto, pesquisa desenvolvida no Laboratório de Simulação Computacional do Departamento de Biofísica e Farmacologia da UFRN foi recentemente publicada na revista Scientific Reports, do grupo Nature, sob o título “Inhibition of the checkpoint protein PD-1 by the therapeutic antibody pembrolizumab outlined by quantum chemistry”. O trabalho foi baseado na dissertação de mestrado de Ana Beatriz M.L.A. Tavares do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da UFRN, e contou com as participações do estudante de doutorado José X. Lima Neto e dos Professores Eudenilson L. Albuquerque e Umberto L. Fulco. A pesquisa demonstrou que a utilização de simulação computacional baseada na química quântica fornece uma alternativa simples e eficiente para um maior entendimento de como o fármaco pembrolizumab funciona bloqueando as proteínas receptoras do nosso sistema imune, ajudando o sistema imunológico a detectar e combater as células cancerígenas.
Para acesso ao artigo use o link http://rdcu.be/FTjv